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UFSM e Fundesa desenvolvem projetos inovadores para rastreabilidade e inteligência artificial na defesa sanitária animal do RS
04/07/25
*texto: site UFSM
Dois novos projetos em parceria entre a UFSM, a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FAURGS) e o Fundo de Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa) estão em desenvolvimento para modernizar e fortalecer o serviço veterinário oficial do Estado. As iniciativas visam integrar tecnologias para rastreabilidade de dados agropecuários e aplicar inteligência artificial (IA) na vigilância e fiscalização sanitária.
O primeiro projeto, “Integração de Tecnologias e Sistemas para Garantia de Rastreabilidade em Cadastros Agropecuários e Emissões de Guias no Estado do RS”, tem como objetivo desenvolver ferramentas para monitorar a movimentação de animais e produtos agrícolas. O foco está na emissão e controle de Guias de Trânsito Animal (GTA) e Guias de Trânsito de Suínos (GTS), além do gerenciamento de dados de biosseguridade em granjas e do programa SUSAF-RS.
Segundo o professor do Colégio Politécnico da UFSM e coordenador do projeto, Vinicius Maran, a iniciativa busca melhorar a eficiência do Estado no acompanhamento de produtos agropecuários: “Vamos trabalhar com ferramentas para rastreabilidade dentro da Secretaria da Agricultura, principalmente na emissão de guias, e em como os dados dessas guias podem ser interligados para o Estado saber onde determinados produtos estão circulando.”
O segundo projeto, “Inteligência Artificial Aplicada à Vigilância e Auditoria no Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul”, utiliza modelos de IA para aprimorar a fiscalização e a detecção de riscos sanitários. A tecnologia será aplicada na análise de dados de vigilância ativa e passiva, fiscalização de trânsito animal e gestão laboratorial.
“Vamos usar esses modelos para analisar dados que vêm de outros sistemas da Secretaria da Agricultura, ajudando na tomada de decisões”, explica o coordenador. A expectativa é que as soluções aumentem a eficiência operacional e permitam respostas mais rápidas a emergências sanitárias, como surtos de gripe aviária.
Os projetos são uma continuação de uma colaboração que começou em 2017, quando a UFSM e o Fundesa firmaram o primeiro contrato para sistematizar processos de certificação de granjas avícolas de reprodução. Desde então, novas ferramentas foram desenvolvidas e aplicadas em situações reais, como no recente combate à gripe aviária.
“A Secretaria da Agricultura utilizou uma das ferramentas que fazem parte do escopo geral desses projetos. As equipes que foram a campo usaram essa ferramenta para saber exatamente para onde ir”, destaca Maran. “Hoje o Estado tem um diferencial muito grande em relação aos demais nessa questão da sanidade animal, justamente por causa dessas ferramentas desenvolvidas pela UFSM.”
Além da aplicação prática, os projetos envolvem alunos de graduação e pós-graduação, com bolsas para pesquisadores e técnicos. O professor ressalta que os resultados vão além do laboratório: “Esperamos qualificar ainda mais o nosso laboratório e produzir conhecimento, tanto em publicações científicas quanto em softwares que são efetivamente utilizados pela Secretaria da Agricultura.”
A previsão é que, ao final dos projetos, as soluções estejam totalmente implementadas, reforçando o papel do Rio Grande do Sul como referência em defesa sanitária animal no Brasil.
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